Dale população canalha do pauper.
Jonathan Jansen aqui, vulgo Jhow.
Vim trazer meu report desta rinha de nerdolas que rolou recentemente.
Escrevi o que lembrei do dia, trazendo alguns pontos de vista bem pessoais sobre o nosso nobre esporte carteante.
Apreciem!
Eram 9h36 de um sábado nublado, com a garoa fina paulistana e a temperatura apontando 16º, mas não era um sábado qualquer. Era o dia do Pauper 15K da Tenda da Liliana. O pote de margarina sagrado (vulgo: deckbox) estava no jeito, mas o conteúdo dessa vez, era uma novidade: Naya Dianteira.
Naya AVANTE
Uma lista que venho ajudando meu honorabilíssimo Filipe Primo a lapidar, com uma build muito inspirada numa lista que fez um top 16 em um torneio recentemente. Primo e eu tivemos algumas poucas decisões diferentes quanto a side e main deck, mas nessa altura todo teste é válido.
Joguei poucas vezes com o deck. Eu não sou o sujeito mais disciplinado quando o assunto é preparo para um torneio grande, mas na hora do vamo ver eu sempre tento compensar em postura e gestão de recursos.

O evento rolou no Jazz Restô & Burgers, bem próximo do metrô Ana Rosa. Cheguei faltando 30 minutos pro evento começar, emendei na conversa fiada com a galera do gathering, participando inclusive de uma trend do Fuguete, que pediu pra cravar antes do torneio começar, qual seria o resultado do dia no final do suíço. Apostei em um X-1-1. Não estava preparado, mas estava confiante. (risos, risos)
Bom, chega de ladainha, bora pras matchs.
Meu oponente sigla FJH perdeu no dado, o que já é um baita ponto pro Naya. Keepei uma mão mono green com 2 Florestas,
Wild Growth
,
Arbor Elf
,
Eldrazi Repurposer
e
Jewel Thief
.
Fiz mana elfo, meu oponente fez mana U/B artefato virada. Grixis Affinity, uma match delicada pra mim, pois um
Krark-Clan Shaman
+
Toxin Analysis
ou
Hunter's Blowgun
bota muita coisa a perder. Não quis saber de papo, acelerei com os dois pés.
Meu oponente caiu no clock de criaturas e não tinha achado a fonte vermelha. Fiz uma hidra pra 6 marcadores e estávamos lá, agressivos e pimpões. Faltando um turno pra botar o opp a baixo ele encaixou krark na mesa com 3 manas de pé.
Eu que seguia monogreen na match, optei por não revelar mais nenhuma cor do deck (quando se tem pressão na board, a gente não mexe no que tem na mão). Anunciei fase de combate e bati com as 4 criaturas. Meu oponente bloqueou o eldrazi no rato e cavou 2 cartas com uma oferenda e após não achar a toxina, segurou a prioridade do krark, colocando 6 triggers de Krark na Stack.

Caiu na armadilha de olhar o dado com seis marcadores na hidra e esquecer que ela é 0/1.
Pedi pra resolver o primeiro trigger, que foi o suficiente pra ele tirar o krark da mesa e notar a cagada.
Largamos na frente.
Keepei uma mão agressiva, com acesso as 3 cores do deck.
Abri um G2 extremamente explosivo, ignorando o rato do oponente e respondendo uma toxina no krark com um
Thraben Charm
bem encaixado.
R1: 1-0.
Ao meu ver, o deck to beat da vez.
O monored começou e fez o que foi pago pra fazer. Murilo dominou o G1 com chump blocks e descarregando os burns na hora certa. Não pude fazer muito.
Comecei o G2 keepando uma mão com fonte branca e
Coalition Honor Guard
, que costuma me dar algum tempo. A mão com 2 encantamentos foi crucial pra não perder o fôlego de elfo. O G2 se decidiu com o chamariz bem protegido com os marcadores do
Bannerhide Krushok
+ um
Circle of Protection: Red
encaixado na sequência.
Fomos pro G3 na bacia das almas. Mulliguei pra keepar uma mão sólida, mas que pouco se desenvolveu.
Atropelado pelo Monored, gastei o “continue” do torneio.
R2: 1-1
Keepei uma mão bem recursiva e fomos pra cima, ganhando no dado.
O lado valor do deck fez e aconteceu, com
Jewel Thief
na 2,
Avenging Hunter
na 3 e pressão do jeito que a gente gosta.
Meu oponente removeu criaturas pontuais com
Cast Down
e o jogo foi decidido com dois
Thraben Charm
limpando o caminho para uma
Writhing Chrysalis
e o seguinte tirando uma
Nyxborn Hydra
que estava trancando a rua.

O G2 foi bem favorável, embora a match não seja tanto. Dividi os encantamentos em diferentes terrenos pra evitar um Cleasing Wildfire insalubre, e mais uma vez o Thraben Charm pintou e dançou: removendo o Krark-Clan Shaman com uma Toxin Analysis na pilha e exilando o grave em resposta a um trigger de Blood Fountain .
Vencemos uma bad. Estávamos confiantes, estávamos vivos.
R3: 2-1
Fui pareado contra José Arrieta, vulgo Ravager.pe no Mol.
Não sabia ao certo qual era a vertente de Affinity que o José estava pilotando, mas o Mulligan a 5 na play comprometeu o desenvolvimento do G1. Sem a land azul ele não conseguiu gerar o valor necessário pra segurar a marimba. O Naya fez o que foi pago pra fazer, vencendo o G1.
A ausência de krark faz essa partida sem menos problemática pro Naya ao meu ver. Isso se provou no G2 na corrida do valor mediante as compras ruins do Affinity do José.
A esperança continuava viva.
R4: 3-1
O oponente começou de mana
Thraben Inspector
.
E daí pra frente, foi só pra trás. Removeu elfo, botou pressão, desceu kor, fez e desfez. Fiquei com humildes 3 terrenos na mesa e fui atropelado hushuahsuahsa.
Dependendo das interações nos turnos iniciais, Monowhite pode ser um problema.
Keepei o G2 com tudo o que tinha direito: montanha, floresta,
Arbor Elf
,
Utopia Sprawl
,
Writhing Chrysalis
,
Jewel Thief
,
Breath Weapon
, dianteira e lá fomos nós. Abri de elfo, fiz utopia e jewel thief na 2, e por mais que meu oponente tenha removido meu encantamento o jogo se desenvolveu com pressão o suficiente pra forçar o oponente a fazer um block com
Guardian’s Pledge
que encontrou um
Breath Weapon
na contramão.

Foi um G2 longo, mas foi nosso. É um jogo de nervos de aço pra fazer a leitura de pledge ou prismatic do oponente e saber quando é hora de acelerar ou esperar.
Fomos para o G3 e todas as crisálidas do deck quiseram vir pra mesa.
Esperei a hora certa de botar pressão e levamos o G3 com 2 Breath Weapon abrindo caminho pra fechar o game sem grandes dificuldades.
O fim dessa partida teve um episódio trágico e cômico, com um show de lamentações do meu oponente sobre o pareamento dele ao longo do campeonato.
Me compadeci da dor, mas é aquela história né? Não adianta sofrer pelo que a gente não controla, seja pareamento, flood ou top deck do oponente.
Ter essa mentalidade é algo que sempre me ajuda a manter a estabilidade nos campeonatos.
Showzinhos a parte, seguimos.
R5: 4-1.
Partida decisiva, contra um sujeito deveras simpático e gente boa (Abraço Luiz GG).
Antes do game meu oponente me convidou pra um empate intencional, dizendo que era só dar o ID ali que estaríamos praticamente garantidos no top 8 ganhando a próxima.
Quando a esmola é muita, o santo desconfia né? Não sabia do que ele estava jogando, mas pelo comportamento imaginei que fosse uma match ruim pra ele (eu negaria o ID, independente do deck).
Quando ele fez mana branca e Novice Inspector, entendi o drama: era mais um Mono White.
Mais uma partida de nervos de aço, com um G1 lento se arrastando muito enquanto eu tentava sobreviver ao rush inicial e meu oponente ganhava vida até dizer chega.
Sem
Breath Weapon
esse jogo vira pura punhetagem, mas ganhei confiança quando comecei a testar uns ataques e meu oponente começou a chump blocar com as criaturas voar.
Ele terminou concedendo depois que fiquei com um board muito horizontal e fomos pro G2.
A história aqui não foi tão diferente. Jogo pegado, encaixei uma breath weapon cirúrgica nos turnos iniciais e consegui rebolar pra segurar o game até o momento de fazer o board ficar horizontal pro meu lado. GG no GG. Partidaça!
Embora no Naya seja um deck Aggro/Tempo, minha cabeça estava em migalhas. Talvez pela minha forma de jogar mais cadenciado, cogitando mil cenários, que é a minha característica de game: fritar a moringa.
R6: 5-1
Uma pausa pro banheiro e partiu pra última rodada.
Rodada essa que nem precisou acontecer, pois o oponente me encontrou no balcão do bar e como bons cavalheiros, aquele ID estratégico pra lockar o top 8 e bater um rango.
ID: Empate intencional com o Allan.
R7: 5-1-1.
Cumprimos a meta, estávamos na luta pelo pote.
Terminei o suíço satisfeito. O intuito era usar o torneio pra testar a lista, rever a galera e performar bem nas decisões que coubessem a mim. Embora vez ou outra terminemos fazendo algum resultado legal, não é isso que me move no Magic. Não é sobre o resultado.
No Magic a gente não controla o resultado, mas participamos de uma parte dele. Experiência às vezes a gente ganha pelo rabo, e como já me frustrei o suficiente em outros tempos, é um erro que eu não repito. Por mais frustrante que o resultado do dia pode ter sido.
Chega de história triste, vamos ao top 8.
Me classifiquei em terceiro.
Galera quis jogar por entender que dividir o pote em oito partes não fazia tanto sentido e fomos pra play.
Tive a prioridade de escolha e comecei de mana elfo contra o Guilherme que estava de fadas.
Ele fez
Faerie Seer
e abriu caminho pra eu encaixar
Jewel Thief
, seguido de
Writhing Chrysalis
, sair da range das stutters e levar o G1 na pressão de mesa.
O G2 foi jogo de nervos de aço.
Ele abriu de criatura, eu abri de elfo.
Ele voltou de travando o elfo e atacando de ninja.

Mas eis que encaixei em uma brecha ele:
Circle of Protection: Blue
.
Que me fez ficar cozinhando o jogo em banho maria e batendo de 3/3 até o momento de encaixar uma dianteira lá no midgame e ganhar a partida na base da prevenção.
R8: 6-1-1
Fui pareado contra o Vitor Kamada, parceiro de jogatina dos regulares da semana, que estava de Mono Red Madness. Embora o G1 seja muito dele, o side do Naya vem bem preparado contra essa praga de deck.
Mas, adultos sensatos que somos, o Top 4 optou pelo ID.
R$ 1750 em créditos e bye/vaga pro Nacional Pauper.
OBS: Nota mental pra Tenda da Liliana: acho que pra um torneio desse porte, faria sentido confeccionar um troféu, por mais que a galera split a premiação, é importante que torneios dessa grandeza tenham um campeão.
Enfim, aí está o report.

Aproveitem, apreciem, deixem os comentários de vocês.
Espero não repetir esse job tão cedo, mas fiz de coração. Maior trampo da poha!
Graça e paz amados, nos vemos! Até a próxima.
O Torneio contou com 83 jogadores terminou com o TOP 8 abaixo:
1 – Mapersc 7-0-2 – Walls Combo
2 – Jonathan Jansen 7-1-1 – Naya Dianteira
3 – Vitor Kamada 6-1-2 – Mono Red Ping
4 – Goulart JJ 6-2-1 – Mono U Fadas
5 – Guilherme Falcão 5-1-2 – Mono U Fadas
6 – Juan Gaston 5-1-2 – Tron Pactdoll
7 – mnaga 5-2-1 – Caw Gates
8 – Ninrodel 5-2-1 – Spy Combo


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